Páginas

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ácido acetilsalicílico... o famoso AAS


Comprimido multiuso, mas não inofensivo



Pesquisas apontam, a cada dia, novos benefícios relacionados ao ácido acetilsalicílico. Mas os médicos alertam para os perigos da automedicação e do mau uso desse remédio


1- Reduz a temperatura do corpo, durante processos febris leves (37,5 ºC a 38,5 ºC). Em casos de febres mais agudas, que chegam a 39 ºC ou mais, a aspirina deixa de ser indicada como antitérmico.

2- A aspirina pode prevenir câncer de cólon, de mama e pele, segundo sugerem pesquisas do Instituto de Genética Humana da Universidade de Newcastle (Grã-Bretanha), da Universidade de Columbia (Nova York, EUA) e do Instituto de Pesquisa Médica de Queensland (Austrália), respectivamente. Os cientistas, porém, reconhecem que os resultados ainda são insuficientes e que serão necessários mais estudos para que se afirme isso com mais propriedade.

3- Previne enxaqueca, trombose, acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) e infarto do miocárdio, além de ser usado no tratamento de pessoas com ataques isquêmicos (responsáveis pela suspensão ou diminuição da irrigação sangüínea em alguma parte do corpo). Ao inibir o entupimento de veias e artérias, o uso diário de aspirina reduz em 25% o risco de infarto em homens e mulheres acima de 45 anos, segundo os médicos cardiologistas. É uma das grandes armas da medicina no combate a problemas cardiovasculares. Das 36.111 receitas prescritas no ambulatório do Instituto do Coração (Incor), em janeiro deste ano, 20.833 previam o uso do comprimido.

4- Alivia dores leves e moderadas, como cefaléias, cólicas (menstrual e outras), mialgias, dor de dente e dor de ouvido. Nesses casos, o comprimido atua como um analgésico.

5- Age no combate e prevenção de inflamações nas articulações, como artrite reumatóide, osteoartrite e artrite juvenil. A ação é tripla: o medicamento funciona como anti-reumático, antiinflamatório e analgésico.

6- Combate reações hansenianas leves (lepra) e a doença de Kawasaki, inflamação dos vasos sangüíneos de crianças que ocasiona febre. Age como antiinflamatório e também como antiagregante plaquetário, atenuando os processos infecciosos e inibindo a formação de coágulos no sistema circulatório.

Ele é considerado o medicamento do século. Não apenas por ser o fármaco mais vendido do planeta, mas principalmente por sua polivalência. Nenhuma outra droga tem tantas aplicações como o ácido acetilsalicílico, princípio-ativo de remédios como Aspirina (Bayer), Melhoral (Dorsay Monange), AAS (Sanofi-Aventis), Bufferin (Bristol-Myers Squibb), entre outros. É considerado um legítimo cinco em um: analgésico, antitérmico, anti-reumático, antiinflamatório e antiagregante plaquetário. Traduzindo, serve tanto para o alívio de gripes, febres, dores de cabeça e resfriados quanto para reumatismos e a prevenção de problemas cardiovasculares, como infarto e derrame.

Pesquisas recentes sugerem até que este comprimido comercializado em doses de 100 mg a 500 mg é eficaz na diminuição dos riscos de câncer.

Mas quando as pessoas devem tomá-lo? Já que ele é vendido sem necessidade de prescrição médica significa que podemos utilizá-lo indiscriminadamente? Em suma, é um medicamento inofensivo? O farmacologista George Washington Cunha, diretor-técnico do Serviço de Farmácia do Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, garante que não.

"Além das contra-indicações e dos efeitos colaterais, há problemas relacionados ao uso simultâneo de duas ou mais drogas", alerta o especialista. "Por isso é importante conversar com o médico antes de ingerir qualquer remédio. Mesmo no caso do ácido acetilsalicílico. É claro que não há grandes riscos em tomá-lo esporadicamente, para atenuar uma dor de cabeça leve ou um princípio de resfriado, desde que já se tenha feito isso outras vezes com o consentimento de um especialista", completa.

Outra dúvida freqüente é se a aspirina e seus similares realmente cumprem o que prometem. Quer dizer, tudo o que se fala deles é verdade?


O cardiologista Raul Dias Santos reconhece que são medicamentos bastante versáteis, capazes de amenizar quadros de mal-estar, causados por dores ou inflamações, e até reduzir riscos cardíacos. Mas avisa que sua eficácia tem limites e chama a atenção para os riscos. "É um remédio que pode levar a sangramentos do aparelho digestivo e úlceras, por exemplo". Não é porque o medicamento é bom e barato que as pessoas devem consumi- lo a cada incômodo que surge no corpo. Fique atento também às indicações, contra-indicações e aos riscos desse comprimido, e sempre consulte o seu médico antes de visitar uma farmácia para adquiri-lo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário